Histórias que a célula contou - Por Pr. Joaquim Salum

Histórias que a célula contou - Por Pr. Joaquim Salum

O capítulo 16 da carta de Paulo aos romanos retrata com cores vivas a atuação das igrejas em células do primeiro século. Pelo menos três células são citadas neste capítulo de práticas cristãs – no verso 5, “saudai a igreja que se reúne na casa deles (Áquila e Priscila)” e nos versos 14 e 15. Embora Paulo ainda não tivesse chegado a Roma, muitos dos que lá se reuniam nas casas eram “velhos conhecidos” de outros Pentecostes, Páscoas e Tabernáculos. Era assim que funcionava a igreja de duas asas – “E todos os dias, no templo e de casa em casa, não cessavam de ensinar e de pregar Jesus, o Cristo”.

Três práticas eram marcantes na vida das igrejas nas casas. Primeiro, eles se esmeravam no exercício do kerigma – o ensino e a proclamação do evangelho e das verdades que constituem a base da nossa fé. No dizer do apóstolo, este evangelho que é “a pregação de Jesus Cristo” e esta revelação são capazes de nos salvar e de nos confirmar em santidade “para a obediência por fé, entre todas as nações” – versos 25,26. Foi através da pregação de Jesus Cristo que homens como Epêneto, “primícias da Ásia” (v. 5), os da casa de Narciso, “que estão no Senhor” (v. 11) e Rufo, “eleito no Senhor” (v. 13) se tornaram os “amados de Deus que estão em Roma, chamados para ser santos” – Romanos 1:7.

A proclamação do evangelho é a nossa missão principal, “é a tarefa suprema da igreja”, no dizer do evangelista Oswald Smith, e ela não pode ser negligenciada no encontro da célula.

Eles desempenhavam, também, a diaconia – o serviço à mesa, o lavar os pés aos discípulos, o auxílio prestado uns aos outros, a identificação com o próprio Senhor que se esvaziou e assumiu a forma de Servo. São tantos os exemplos e tantas as ações – “servindo”, “trabalhou”, “cooperadores” (versos 1, 2, 3, 4, 6, 9, 12) – que Paulo faz questão de citá-los nominalmente, para realçar a ‘grandeza’ de quem aprendeu a unir à pregação o testemunho, conforme as palavras do Mestre: “Mas entre vós não é assim; pelo contrário, quem quiser tornar-se grande entre vós, será esse o que vos sirva; e quem quiser ser o primeiro entre vós será servo de todos” – Marcos 10:43, 44.

E, por fim, eles praticavam a koinonia, o companheirismo, a doce comunhão, o ter tudo em comum, o compartilhar, o repartir, o curar as feridas, o “alegrar-se com os que se alegram e chorar com os que choram” (Romanos 12:15). Enquanto a diaconia é praticada para todos, igreja e comunidade (Gálatas 6:9,10), a koinonia é reservada para “os da família da fé”, o Corpo de Cristo, “de quem todo o corpo, bem ajustado e consolidado pelo auxílio de toda junta, segundo a justa cooperação de cada parte, efetua o seu próprio aumento para a edificação de si mesmo em amor” – Efésios 4:16.

Algumas ações se destacam: “Priscila e Áquila, meus cooperadores em Cristo Jesus, os quais pela minha vida arriscaram a sua própria cabeça” – v. 3,4. Eu me pergunto: será que nós seríamos capazes de “dar nossa vida pelos irmãos” – 1 João 3:16? Como o amigo do rei Davi, Itai, declarou em 2 Samuel 15:19-21, quando o rei fugia da rebelião de Absalão: “Tão certo como vive o SENHOR, e como vive o rei, meu senhor, no lugar em que estiver o rei, meu senhor, seja para morte seja para vida, lá estará também o teu servo”.

E a saudação de Paulo à mãe de Rufo, viúva de Simão, o cirineu, de quem o apóstolo testemunha: “que também tem sido mãe para mim” – verso 13. É possível que aquela anônima tenha “lavado os pés aos santos” (1 Timóteo 5:10), e socorrido muitos aflitos e necessitados; mas, especificamente no caso do apóstolo, tratou-o como um dos seus próprios filhos. Quem sabe, lavou e curou os vergões deixados por cinco quarentenas de açoites que os judeus lhe infligiram? Quem sabe, levantou-se do seu leito, naquela madrugada fria e inoportuna, para socorrer o apóstolo que voltava de um dos seus naufrágios, encharcado e hipotérmico, para preparar-lhe o banho revigorante e a sopa quentinha que aquece o estômago e a alma?

Que na volta do Senhor Jesus, quando nos assentarmos à mesa com Abraão, Isaque e Jacó, com os Epênetos, os Áquilas e as Priscilas, com a anônima mãe de Rufo, quando o Senhor Jesus sorrindo nos perguntar – Quem aqui tem uma história para contar? – que você possa levantar a mão, juntamente com todos da sua célula, e gritar aos quatro cantos do céu: eu tenho.


PUBLICADA EM: 21/06/2017 16:14:22 | VOLTAR PARA Histórias que a célula contou | OUTRAS PUBLICAÇÕES
FONTE: Pr. Joaquim Salum


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